Em São Paulo, Haddad sinaliza alinhamento com ala do governo que vê inconstitucionalidade em decreto legislativo aprovado pelos deputados
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que já conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a derrubada do decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). De acordo com Haddad, Lula ainda está ouvindo outros ministros sobre a questão.
“O presidente Lula está ouvindo os ministros e vai tomar uma decisão. Vamos aguardar a decisão do presidente”, afirmou.
O ministro, que é favorável a judicialização do Projeto de Decreto Legislativo aprovado pela Câmara, participou de uma aula na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, onde é graduado, na manhã desta sexta-feira (27).
Haddad também foi questionado por jornalistas se haverá cortes adicionais no Orçamento para arrecadação de novas receitas, mas manteve o posicionamento de se manifestar sobre a questão após a decisão de Lula.
Conforme apuração da analista da Noticias sem censura, Tainá Falcão, o presidente Lula já decidiu acionar o STF contra a derrubada do decreto.
A Advocacia-Geral da União (AGU) estuda a tese que será apresentada ao Supremo com argumentos do Ministério da Fazenda.
O efeito cascata que pode vir com a judicialização do IOF pelo governo
Executivo cogita recorrer ao STF para reverter derrubada do decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras
O decreto do IOF poderia render R$ 10 bilhões neste ano e R$ 20 bilhões no ano que vem para os cofres públicos. O governo vem buscando formas para conseguir equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal de 2025.
As alternativas para angariar recursos vem se tornando cada vez mais escassas para o Executivo que corre o risco, inclusive, de não ter dinheiro para as chamadas despesas discricionárias, ou seja, não obrigatórias, que são essenciais para investimentos e funcionamento da máquina pública, no ano que vem.
Diante desse cenário, segundo o deputado, ou o governo judicializa a questão ou contingencia mais R$ 12 bilhões, tirando dinheiro, principalmente, da saúde e educação.
O efeito rebote, no entanto, pode ser ainda maior do ponto de vista político, criando uma tensão entre os Poderes, inviabilizando o diálogo e promovendo um desembarque mais ostensivo da base.
Comentários
Postar um comentário